Após o anúncio do governo do Estado de liberar verba para conceder até R$ 1,5 bilhão em crédito para micro e pequenas empresas, um grupo de empresários negocia com o governo para facilitar as regras de contratação dos recursos. A ideia é criar um "regime especial" que diminua a necessidade de apresentação de documentos e permita a concessão de crédito até mesmo para empresários que estão com impostos atrasados. A promessa é de que o governo do Estado vai estudar o assunto.
Em documento direcionado ao governo do Estado enviado nesta semana, o Conselho das Federações Empresariais de SC (Cofem) faz uma série de pedidos e sugestões para o Executivo. Entre elas, maior período de carência, abatimento de juros, dispensa de garantias, e agilidade na análise de crédito. O grupo também solicita outras duas medidas excepcionais: a capitalização da Agência de Fomento de SC (Badesc) e a promoção de um programa de refinanciamento de dívidas tributárias para empresas que não são optantes do Simples Nacional.
Esses pedidos são resultado de uma reunião do Cofem junto a autoridades do Estado na quarta (14). Participaram os presidentes das federações empresariais, o secretário de Estado da Fazenda, Rogério Macanhão, e o presidente do Badesc, Eduardo Machado. O deputado Nilso Berlanda (PL), que é uma das lideranças do setor do comércio do Estado e intermediou a realização da reunião, também participou. Segundo participantes do encontro, que aconteceu na sede da Federação das Indústrias de SC (Fiesc), ficou a promessa de que o governo vai analisar a legalidade e a viabilidade dos pedidos e responderá nos próximos dias.
"O setor produtivo pede ao governo e ao Badesc para que eles diminuam a burocracia na concessão de empréstimos. No ano de 2020, as empresas não conseguiram pagar seus impostos e ao pedir os empréstimos o banco exige CND [Certidão Negativa de Débitos] e o empresário não tem. Isso dificulta. Nós pedimos menos burocracia para que o microempresário realmente consiga salvar os empregos, salvar o seu negócio", disse o presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de SC (FCDL/SC), Ivan Roberto Tauffer.
O documento do Cofem traz ainda uma análise do cenário econômico com a visão das empresas em relação às instituições financeiras. Segundo o Conselho, os entraves são altas taxas de juros, curto prazo para pagamento, curto prazo de carência, exigência de muitas garantias, morosidade na análise das solicitações de crédito, e política de crédito restritiva - que beneficia apenas alguns clientes. (RCN Rede Catarinense de Notícias Adjori SC)
Deixe seu comentário